LUTAR E RESISTIR!
No dia dois de Abril,
comemoramos o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Uma data
imprescindível para familiares e amigos do Espectro. Ser autista em uma
sociedade, que possui suas concepções ilusórias e padrões normativos,
valorizando apenas um modo de estar no mundo, é extremamente difícil e
complexo. A diversidade deve ser encorajada e promovido como o bem mais valioso
da humanidade. O espectro autista, em si, demostra ser um imenso leque colorido
e simultaneamente único. Somos muitos, de variadas personalidades, cérebros
demasiadamente diferentes e presentes em muitas culturas. Podemos parecer
invisíveis, entretanto, a despeito do senso comum, estamos por toda parte. É de
praxe, em que todos os ambientes: seja na escola, no trabalho ou no âmbito
familiar. Ficamos a margem, excluídos e tratados como estranhos.
É importante destacar que o
dia de conscientização deve prevalecer durante todo o ano. Sofremos violências cotidianamente e a batalha
pelos nossos direitos e afirmação de nosso lugar na sociedade, é diária.
Devemos ser ouvidos e bradar: estamos aqui! Os olhos podem nos ignorar, mas
nossos corpos transitam por onde desejar e queremos viver como qualquer pessoa.
Tudo aqui nos pertence, habitaremos cada cidade, região e país. Ficar recluso
no quarto apenas alimenta as incertezas e intensifica os problemas. Negar a existência de “monstros”, pode nos
levar à um abismo infindável. Enfrentar a realidade – e, acima de tudo, o
privilégio neurotípico -, incita-nos a fugir. Lembre-se: existem muitos de nós.
Os preconceitos precisam ser
combatidos, todavia os nossos direitos são violados: somos temas de piadas na
boca de escarros do humor; em muitos filmes, principalmente hollywoodianos,
descrevem-nos de forma estereotipada e repleto de estigmas e falsas concepções
em relação ao espectro autista. Já é perceptível algumas mudanças, como maior
protagonismo sendo conferido, em especial, aos adultos do espectro, claro que
isso em relação ao todo representa uma parte ínfima. Sendo assim, a potência de
uma emancipação política e social, inicia-se numa luta coletiva da comunidade contra
o ódio e o discurso capacitista. Impossível será superar essas
barreiras isolados em nossas fixações e presos ao conformismo filantrópico.
Vitor Lucas
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