Portas Abertas
Provavelmente, você nunca pensou como seria a
vida de alguém dentro do Transtorno do Espectro Autista. Ao contrário, talvez
saiba muito bem como é, principalmente se quem está lendo sejam os pais e mães
espalhados pelo país afora, que muitas vezes estão em busca de uma ajuda para
conhecer mais seus filhos, tendo o objetivo de encontrar formas de lidar da
melhor maneira com os desafios diários desse universo. A pessoa que aqui
escreve também tem total consciência dessa realidade, pois experimenta as
delícias e dissabores de ser um autista. É trabalhoso e exige muito esforço
para viver o dia a dia.
Nasci
num outono de abril em 1998, na cidade de Sumaré. Desde pequeno sempre só e
introspectivo, suspeitava que tinha algo de diferente, estranho e que, durante
toda a trajetória de minha vida até o momento presente, em comparação com
outras crianças e jovens, me sentia incomum, como um quebra-cabeça bagunçado.
Mas agora sei que sou mais comum do que se imagina. Descobrir que fazia parte
desse mundo, mudou a forma como meu olhar se posiciona diante do que há ao
redor. O quebra-beça, agora, revela uma bela paisagem. Em relação aos meus
estudos, recentemente terminei minha graduação em Ciências Sociais, que para
grande parte pode parecer impossível a possibilidade de um autista fazer parte
das Ciências Humanas ou até mesmo entrar em uma universidade. A escolha pode
ter sido fruto do acaso ou uma necessidade de compreender como a sociedade
funciona. Fique sabendo que somos um universo diverso e único. Nesse “mundo
mundo vasto mundo” como diz o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade,
estamos por toda parte: somos professores, motoristas de ônibus, cientistas,
atletas, artistas e muitos outros. Pense em um arco-íris... temos muitas cores!
Esqueça um pouco o matemático genial.
Deve
estar se perguntando porque o título deste texto é: “Portas abertas”? Neste
blog abrirei o caminho para se conhecer mais sobre os desafios, obstáculos e
vitórias de um autista adulto, falando sobre as emoções, os sentimentos, sonhos
e aspirações profissionais. Obviamente, abordarei outras temáticas que dizem
respeito à outras condições presente no espectro autista. Ademais, usarei esse
espaço para que possam me conhecer melhor, tratando sobre meus gostos pessoais,
como cinema e literatura. Pois, de fato, um diagnóstico não diz o que uma
pessoa é nem o que ela faz. Então, se você está afim de embarcar nesse
Espectro, me acompanhe aqui, nessa jornada para descobrirmos juntos esse mundo
fascinante.
Parabéns Vitor pela sua história de vida, pela dedicação em tudo que se propõe a fazer e pelas conquistas de ontem, hoje e das que ainda estão por vir... Sucesso!!!
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