O ESPECTRO E A CRISE CLIMÁTICA

 

Vivemos em um tempo sem precedentes, onde a principal problemática debatida: é a preservação do meio ambiente. A humanidade, que durante muito tempo se hospedou nesta terra, usufruindo das riquezas, dos alimentos, dos minérios, das plantas e nutrientes em geral, esqueceu-se do cultivo e do bem-estar, gerando, assim, danos na natureza. A emergência de uma crise climática, a falta d’água e a escassez de alimentos, são questões que agora nos afligem dia e noite – ou pelo menos deveria.

O paradigma tecnocrático, atualmente, rege as nossas atividades nas esferas políticas, culturais e ambientais. O próprio Papa Francisco, ressalta em sua encíclica “Laudato Si” (2015) o seguinte ponto: “Mas, agora o que interessa é extrair o máximo possível das coisas por imposição da mão humana, que tende a ignorar ou esquecer a realidade própria do que tem à sua frente” (p. 68). Tomando como exemplo o excerto anterior, ignoramos por completo a relação cósmica entre nós e os bens que a natureza oferece. A mentalidade utilitarista que nos governa, objetificou os seres vivos, tornando-os meramente mercadorias de consumo.

Pode parecer inusitado estar falando deste assunto, em um blog relacionado ao autismo. Entretanto, esse espaço é para debate e reflexões. Há muito mais ocorrendo a nossa volta e precisamos dedicar atenção para esses assuntos. O espectro autista diante desse dilema também sofre com as consequências, as mudanças climáticas e ambientais, afetam o físico e o campo psíquico. Alterações repentinas, bruscas e inesperadas, levam o espectro a entrar em um estado de desconforto e frustração. É extremamente complexo, no caso de fortes tempestades e catástrofes, lidar com deslocamentos forçados.

A despeito dos negacionismos e da deslegitimição do saber científico, em verdade, aqueles que refutam a gravidade do momento, abdicam do próprio direito à vida. Os seres vivos, as espécies, os vegetais, os minérios e, acima de tudo, a água, são dádivas que nos fornecem a vitalidade da qual necessitamos. Preservar as árvores e os rios, é garantir para o futuro qualidade de vida. É importante lembrar que as mudanças mais violentas e danosas, já estão acontecendo. Muitos já sofrem com isso, em especial aqueles que vivem em regiões pobres e marginalizadas.

Vitor Lucas


Referência:

FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica Laudato Si (Sobre o cuidado da casa comum). São Paulo: Loyola, 2015.

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