NA DIREÇÃO DE 2021

 

O ano iniciou breve. Já estamos na terceira semana de janeiro. Os dias passam velozmente e os planos parecem se tornar mais urgentes e batem à porta.  Muitos têm suas metas para serem alcançadas, projetos e sonhos. Em uma situação conturbada no presente, onde nos encontramos limitados por uma pandemia, muitos caminhos deveram ser adiados, esquecidos ou reinventados. Neste ano há muito à buscar e percorrer.

Um desafio que me proponho é conquistar a habilitação de motorista. Isso seria um grande passo para a independência, dominando conduzir um veículo automotor e sendo uma bela oportunidade para adquirir experiência. Aprender a esperar, observar e a hora certa de tomar uma decisão.  Estar na direção requer compromisso e responsabilidade éticos, o trânsito é um espaço coletivo no qual todas as vidas humanas importam.

Todos do espectro autista são capazes de dominar um volante e usufruir dos benefícios de se aventurar nas ruas. É conhecido que na rotina do trânsito há muitas contradições: violação das regras, velocidade além do limite, desrespeito aos pedestres e outras inúmeras transgressões. Para nós autistas lidar com esses empecilhos pode ser um catalizador para frustrações e desconfortos. A dinâmica automotiva exige muito de nossos sentidos e sensorialidade, demasiada informação ocorrendo apenas num instante.

Espero que no decorrer do ano, ao final, possa haver muitos registros de novidades e vitórias. Aos poucos se aprende a velejar sem o auxílio das velas. Saber tomar as próprias decisões e olhar ao redor com os próprios olhos, constitui-se a melhor forma de viver uma vida plena. Tomar a direção de sua própria trajetória, requer saber andar em linha reta, enfrentar os obstáculos, fazer os balões – e ficar confuso – decidir qual a melhor curva, respeitar as sinalizações, depois, encontrar novamente a estrada e continuar.

Vitor Lucas



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